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CNN Sinais Vitais: chance de ter Alzheimer cresce após 65 anos, diz médica

O Alzheimer é a doença neurodegenerativa mais comum do mundo, segundo informações do Ministério da Saúde. No Brasil, cerca de dois milhões de pessoas convivem com alguma forma de demência. Em uma escala global, a condição afeta mais de 55 milhões de indivíduos, conforme o Relatório Mundial sobre Alzheimer 2024.

O risco de desenvolver a doença aumenta na terceira idade. A neurologista Jerusa Smid, do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirma que isso acontece após os 65 anos.

“Depois dos 65 anos, a gente vai aumentando a chance de ter Alzheimer e vai dobrando a prevalência dessa doença a cada cinco anos etários. Então, por exemplo, de 65 a 70, eu tenho uma chance. Essa chance dobra de 71 a 75 anos e assim por diante”, explicou a neurologista.

Ela é uma das convidadas do Dr. Roberto Kalil, ao lado da também neurologista Sonia Brucki, que coordena o mesmo grupo do qual Jerusa faz parte, para o “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” deste sábado (3).

Kalil ainda discutiu com as neurologistas como a vacina para herpes-zóster, conhecida como Zostavax, diminui as chances de desenvolver Alzheimer. A imunização é indicada para todas as pessoas acima de 50 anos, exceto imunossuprimidos, gestantes, pessoas com alergia grave a algum dos componentes da vacina e pessoas com tuberculose ativa não tratada.

“Já há alguns anos, estudos têm mostrado que quem se vacina para herpes-zóster teria menor chance de ter doença de Alzheimer. E vários estudos viram que, realmente, a prevalência naqueles que foram acompanhados ao longo dos anos, quem tomava a vacina tinha quase 50% de redução do risco”, explicou Brucki.

E completou: “Então, é uma coisa que agrega mais a todos esses fatores de bem-estar para prevenção da demência”.

Quais são os fatores de risco?

Os fatores de risco para desenvolver Alzheimer são vários, sendo que apenas 3% dos casos estão associados à genética, considerados muito raros, afirmou Smid. “São casos familiares que acontecem geralmente bem antes dos 60 anos”, completou.

Alguns dos fatores de risco mais importantes, segundo Brucki, incluem “hipertensão, diabetes, fatores de risco vasculares, apneia do sono, depressão — principalmente depressão que se inicia já no adulto mais idoso —, sedentarismo, alcoolismo, tabagismo, isolamento social”. Por isso, prevenir Alzheimer passa por um estilo de vida saudável, afirmou a médica.

As neurologistas também discutiram como o fator social pode aumentar as chances de desenvolver Alzheimer. “Um grande fator de risco é a escolaridade. Então, em uma população analfabeta, a prevalência é maior e a doença chega mais cedo”, explicou Smid.

Ela ainda disse que “o indivíduo que não tem atenção primária, não cuida da pressão alta, do diabetes, do coração, não faz atividade física, não se alimenta adequadamente, tem a dieta com ultraprocessados, que também está associada à demência” tem mais chances de desenvolver Alzheimer.

Para Brucki, a união desses fatores “leva a uma formação não tão adequada da nossa reserva cognitiva”, responsável por aumentar o número de sinapses. “Os neurônios vão aumentando seus brotamentos e tudo isso vai conferindo uma rede muito mais forte para você lutar contra a doença”, completou.

Segundo ela, há evidências que mostram que o analfabetismo pode dobrar o risco de demência em relação a pessoas com pelo menos um ano de escolaridade.

“Na América Latina, alguns estudos viram que indivíduos com um ano ou mais de escolaridade têm por volta de 10% de demência; o analfabeto tem 20%”, disse.

Nova medicação contra Alzheimer

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento Kisunla (donanemabe), da farmacêutica Eli Lilly do Brasil, para o tratamento de Alzheimer em sintomas iniciais. Essa é a primeira medicação sancionada que promete retardar a progressão da doença em adultos sintomáticos.

“É usado para poucos casos, casos muito no início, uma demência leve, ou o que a gente chama de comprometimento cognitivo leve, que é um estágio antes de o indivíduo perder a autonomia”, explicou Smid.

Brucki afirmou que nem todos os pacientes diagnosticados com Alzheimer podem utilizar a medicação devido aos possíveis efeitos colaterais graves que o remédio pode causar.

“Indivíduos com hipertensão descontrolada não podem utilizar, com anticoagulação, indivíduos que tiveram AVC no último ano, por exemplo”, finalizou Brucki sobre quem não pode tomar a medicação.

O “CNN Sinais Vitais — Dr. Kalil Entrevista” vai ao ar no sábado, 3 de maio, às 19h30, na CNN Brasil.

Anvisa aprova 1º tratamento que promete retardar Alzheimer

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