O Theatro Municipal do Rio de Janeiro recebeu nesta sexta-feira (2), com o velório da renomada cantora Nana Caymmi. A artista, que morreu aos 84 ontem (1º), deixou um legado para a música brasileira.
Familiares, amigos e admiradores se reuniram para prestar as últimas homenagens à cantora na cerimônia.
Stella Caymmi, filha de Nana, falou à CNN durante o velório. “Ela era muito simples, gostava de coisas simples [como] ficar com os pais quando eram vivos, reunir a família, gostava muito de ficar quieta, lia, fazia crochê”, relatou, ao descrever como era a mãe. “Fazia palavra cruzada, lia muito e ligava para o Ruy Castro para discutir os livros dele.”
“E, no dia a dia, uma pessoa com temperamento muito forte, às vezes brava, mas a braveza acabava em segundos”, falou. A personalidade de Nana Caymmi era conhecida por ser irreverente e forte.
“Era uma pessoa maravilhosa, uma mãe, avó, bisavó, que vai fazer muita falta”, afirmou Stella.
A filha também ressaltou a luta de Nana no início de sua carreira, enfrentando desafios em um período marcado pelo machismo na indústria musical. “Ela foi muito cobrada. Achavam que, por ela ser Caymmi, tudo era muito fácil para ela. Então dificultavam. Tinha um lado que abriam portas e um lado que fechavam portas para ela. Então o início da carreira dela na volta da Venezuela foi uma luta muito grande. Tanto que no final dos anos 60, ela fazia temporadas de dois, três meses em Buenos Aires e gravou um disco com músicas brasileiras que foi praticamente contrabandeado.”
Após o velório, o corpo da artista foi sepultado no Cemitério São João Batista. Nana Caymmi morreu ontem (1º), aos 84 anos.